domingo, 7 de maio de 2023

Quarta Dimensão


Quarta Dimensão

 A vida - minha doce amiga - é suave e amena

na plenitude dos desejos, quando existe amor;

Deus, com a perfeição da Sua sapiência,

impregnou o Universo com as leis harmônicas da Natureza.

Por isso, quando nos vem socorrer, insofismável e inesperadamente.

A ilusão é o início da vida e a desilusão é o seu término;

ambas se confundem com o estado emocional de cada um:

a primeira - filha direta da evolução - como polo positivo exige, para produzir algo de nobre, o catódio da segunda.


A luz se faz... surge o calor e o movimento impera;

o homem combalido recupera a vida

enquanto su'alma exaurida, refazendo os ânimos,

sorve em longos haustosa felicidade sob a forma de razão.

A princípio, um castelo construido em plena areia.

Constituída a finalidade do seu existir:

- aquele amor, aquela criatura, aquela fatuidade,

tudo afinal era a essência do seu próprio ser.

Um dia, como a borrasca que derriba a árvore

ou o raio que fulmina o gado, a desilusão baixou;

- lágrimas rolaram nas faces sulcadas e macilentas

no perpassar dos dias, qual expectação da morte.


Bem diz a Medicina - a mente comanda o corpo -

na lei recíproca do psicossomatismo:

- olhar sem expressão... faces covadas... ombros caídos...

cabeça baixa... passos tardos... inapetência eterna.

Assim, na vertiginosa carreira para a desintegração,

aquele ser egocêntrico era cego para as grandezas do amor

substanciadas nas criaturass que lhe sorriam fraternalmente.

Até que um dia, ouvindo a voz da inspiração,

rabiscou sobre a folha alvinitente

frases a esmo, alocuções insólitas,

numa catarse profunda de seu espírito conturbado.

A lei do acaso - a lei da causa e efeito -

lançou dentro do peito, que há pouco agonizava,

a semente da esperança... da Fé... da compreensão.


Após a noite surge a aurora

e a bonança no lugar da tempestade.

A sua fisionomia se disfez:

um sorriso aflorou naquele rosto

qual flor desabrochando a exalar perfume

num terreno adubado pela dor,

regado por lágrimas copiosas

e arado pelas maquinações sofisticadas da alucinação.


A Sol da verdade, fecundando a semente da evolução,

não só fez brotar a vida como a beleza

por entre o caos da imperfeição humana.

Só a dor lhe fez entender o verdadeiro sentido da vida:

- o mundo é uma maravilha... é uma portentosidade...

uma escola onde só nos ensina a amar, a compreender,

a servir a todos desinteressadamente,

seguindo a meta que nos indicou Jesus

em busca da perfeição, da verdadeira vida.


Sua ilusão, partida em mil pedaços, mil vidas então gerou:

de Norte a Sul, de Leste a Oeste deste Brasil,

de todas as plagas distantes do território pátrio,

uma palavra de conforto, uma exaltação de amor,

um incentivo ao seu constante labutar,

um irmão desconhecido, uma irmão meiga e terna,

tudo afinal é carinho... tudo é vida... tudo é progresso.


Fiel a sua desdita

com a qual vive, lado a lado,

oferta-lhe carinho e devotamento.

Sorrindo, contempla aquele rosto contraído

como o seu de outrora, impregnado de ódio e de despreso.

Sorri alegremente... procura só ver o belo...

sentir a vida onde a morte impera

e o próprio amor onde a perfídia vive.

Adeus ódio... adeus ciúmes... Adeus ingratidão...

Deixa-me te amar - assim ele diz - pobre poeta:

- o ódio é o amor em quarta dimensão!

Vida
Vida



Em 07 de dezembro de 1977, este belo poema fora escrito pelo jornalista valenciano, José Pinheiro Fernandes, irmão de Nabor Fernandes, outro jornalista renomado.

Poema de seu último livro, Última Etapa: prosa e poesia - histórias, ciências, filosofia, psicologia, sociologia, jornalismo, moral e civismo. 

Grato por chegar até aqui, você pode seguir se quiser, comentar, se quiser e compartilhar...

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terça-feira, 18 de abril de 2023

Ponto de mutação

Ponto de mutação

Eros e o instinto de morte

Cabe-nos agora ver como se concretizam, no decorrer da vida dos indivíduos e da sociedade, a imposição dessa luta e dessa desarmonia entre Eros - o desejo de viver - e o instinto de morte - o desejo de morrer¹. E a resposta é uma só, na palavra dos que estudam a psique individual e as sociedades: a cultura. O ser humano foge das suas frustações primárias sublimando os seus desejos primariamente na fantasia e no sonho e, depois, na construção do mundo. "Só o ser que rejeita a morte tem capacidade de construir um mundo artificial." (Norman Brown)

No entanto, diante do que expusemos fica uma pergunta: é a luta pela sobrevivência que impõe a repressão ou, diferentemente, é o homem o animal que cria história e cultura para se reprimir? Isto é, para fugir da dor e da morte?

Esta é a resposta que temos agora a pretensão de dar. O ser humano modela a sua realidade e a fabrica, instituindo diversos tipos de culturas e sistemas econômicos. Ele pode, mesmo, ser definido como o animal que modela o seu meio ambiente. E, fabricando culturas diversas, reprime diversamente: cultura e repressão são indivisíveis. O problema é saber qual repressão e qual cultura. Ao transformar o seu meio ambiente, o animal humano também é transformado por ele. O meio ambiente - e modernamente os sistemas econômicos - abre e fecha os caminhos do desejo de acordo com as suas necessidades - e é esse enfrentamento entre o animal inacabado e os diversos ambientes também capazes de serem transformados que geram a multiplicidade das estruturas.

1 - O instinto de vida e o instinto de morte perpassam toda a obra de Freud. (...) No entanto cabe uma observação: Freud concebe Eros e o instinto de morte como dois instintos autônomos. Contudo, toda a tradição filosófica e teológica entendem Eros como o instinto básico, pois a vida é a única que se autoproduz. Nas religiões, Deus se autocria. O instinto de morte é uma produção da vida sem a qual ela não existiria. A vida produz a sua reprodução e a sua antiprodução - a morte.


Professor Lucimauro

Este é um estudo do capítulo II, ponto de mutação, do livro Feminino e masculino: Uma nova consciência para o encontro das diferenças, de Rose Marie Muraro e Leonardo Boff.

Este é um estudo que faço, Mestrado em Psicologia Social. Está nascendo um Blogue abordando o tema.

Aí te pergunto: Você lerá as minhas postagens no outro Blogue também? (Claro que irei postar aqui a "propaganda" dele né!?


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Bem estar

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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Conservatória

Rua das Flores

Moramos na rua das flores

No bairro da felicidade

A rua do túnel tristonho

Caminho que vai pra Saudade...


Vem à lembrança

O velho trenzinho apitando...

Tristeza nos olhos molhados...

Adeus de lenço acenado...


Quantas mulheres

Partiram o trem soluçando...

Dizem que é de saudade

Que o túnel vive chorando...


(Composição de 1963. Através desta canção, foi consagrada a expressão "O túnel que chora", caracterizando, de maneira inequívoca, um dos mais importantes símbolos da história da Cidade: o túnel Maria Nossar).

Canção de autoria de José Borges e Joubert de Freitas, parte da História musical de Conservatória, em Valença-RJ.

Túnel que chora

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